Critica do anime Air

Yukito Kunisaki é um jovem viajante andarilho que vive dos truques que faz com o seu "bonequinho", o qual consegue mover sem o uso de cordas, fato esse que encanta QUASE todas as crianças. Como todo "andante", Yukito não tem um local definido para ficar. Porém, acredita em uma ideologia desde criança, na qual sua falecida mãe também acreditava e que morreu procurando-a: uma menina alada que supostamente vive no céu está sofrendo e precisa de ajuda. 

A partir desta ideologia, Yukito não tem outro sentido na vida, a não ser encontrar a tal menina alada da qual sua mãe tanto falava. Mas será que ela realmente existe?

E é em uma das cidades que visita para procurar a menina alada que Yukito conhece a meiga e introspectiva Misuzu Kamio, em frente ao mar, durante o pôr-do-sol. Yukito, briguento como ninguém, de primeira não dá bola para Misuzu, mas ao ouvir a bela jovem falar do mar e do céu (e o convite dela para jantar), rapidamente sente algo diferente, algo que ele pressente: Misuzu não é uma menina como as outras. Dentro dela, no mais profundo do seu âmago, existem muitas verdades a serem descobertas. E, quem sabe, a verdade sobre a menina alada.

É desta bela história que fala Air , uma série na qual os dois primeiros episódios começam com um tom de comédia um tanto quanto elevado (partes cômicas devido à dupla Yukito e Michiru e que funcionam muitíssimo bem), mas que logo dá lugar a uma história épica, a uma história que nem os séculos puderam apagar. Anjos (meninas aladas), céu, amizade, reencarnação, eternidade, são tantas direções que o anime toma que fica impossível descrever em meras palavras a maestria que é essa série.

Os personagens são realmente cativantes, começando por Yukito, passando por Misuzu, Michiru, e culminando com a misteriosa Kano Kirishima. Mas o mais impressionante de Air é como todas as personagens (todas, sem exceção), são misteriosas, introspectivas. Elas guardam dores imensas, dores incontáveis, sejam por uma infância triste ou pela perda de uma pessoa amada. Air junta de forma soberba a tristeza e introspecção dos personagens com os seus raros momentos de alegria. O traço do anime engana! Ao contrario do que o design dos personagens leva a crer, Air é um anime extremamente triste, doloroso, que faz o espectador refletir muito sobre algumas direções que leva a vida.



Misuzu, por exemplo, tem uma vida sem alegria, distante (sentimentalmente falando) da sua mãe adotiva, sempre evita um contato mais afetivo com a mesma, mas tal distância tem uma explicação: toda pessoa que tenta se aproximar mais profundamente de Misuzu acaba deixando-a doente, extremamente debilitada. Misuzu tem uma espécie de "reação negativa" às pessoas que dela tentam se aproximar. E com Yukito não é diferente, mas há algo nele que vai despertar nela e em todas as pessoas em sua volta a verdade sobre o sentimento mais belo de todos: a verdadeira amizade.
A direção de Tatsuya Ishihara é excelente! Ele opta várias vezes pelos planos mais abertos, principalmente nas cenas mais dramáticas. A trilha sonora da série é ótima, e contribui imensamente para o anime.
A animação de Air é belíssima, não que possua efeitos em CG magníficos (sim, eles existem, mas não são encaixados simplesmente para hipnotizar as pessoas, e sim para deliciá-las), mas a animação em 2D é tão bela, tão verdadeira, que só passa uma impressão: de que a equipe responsável pela a animação trabalhou com tanto amor neste maravilhoso projeto que o resultado final ficou muito acima do esperado.

PS: Prestem bastante atenção no garoto e garota que estão na praia, quando Misuzu e Yukito se encontram. Essa cena é fundamental para o total entendimento do anime.
PS2: Ah, e o que me deixou um tanto quanto impressionado, foi o fato de Air ter sido baseado em um jogo Hentai, assim como o anime Kanon.

Créditos a critica: Gamehall 

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